segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Análise com Especialista Humano-Social


Sueli Sardinha Guedes
Mestre em Educação.

A qualidade dos filmes brasileiros tem evoluído consideravelmente. Esta evolução vem enriquecendo nossa cultura, visto que por meio deles é possível obter conhecimentos dos nossos costumes, do nosso cotidiano e de nossa realidade, ainda que muitas vezes, preferimos deixá-la de lado.
Entretanto, é importante um ‘“breve olhar” na história do cinema brasileiro, para uma melhor compreensão de sua evolução. A história do cinema nacional começou a ser escrita no ano de 1930, com o surgimento das primeiras empresas cinematográficas. Durante as décadas de 40 a 50 ocorreu o grande salto da indústria cinematográfica brasileira, com o surgimento de empresas como a Vera Cruz, que em 1949 apresentava em suas produções um estilo muito parecido com o do americano.
Na década de 60, mas precisamente em 1962 o cinema brasileiro ganhou destaque no cenário internacional com o filme O Pagador de Promessas, tornando-se o primeiro filme brasileiro a ganhar a Palma de Ouro, no festival de Cinema de Cannes. Nos anos 70 a 80 tivemos o considerado “filme-sexo” que, sem extrapolar para o sexo explícito, intensificava o apelo à sexualidade. Tivemos grandes sucessos de bilheterias, como por exemplo: A Dama da Lotação e Dona Flor e Seus Dois Maridos.
A partir dos anos 90 especificamente, em 1995, considera-se a retomada do cinema brasileiro levando-o de volta à cena mundial. Vale destacar o filme Carlota Joaquina, Princesa do Brasil. Tivemos também, O Quatrilho que recebeu a indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Central do Brasil que ganhou o Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim e sua atriz protagonista, Fernanda Montenegro, ganhou o Urso de Prata de melhor atriz no mesmo festival. O filme ainda concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro e Fernanda Montenegro concorreu ao Oscar de melhor atriz.
na primeira década do século XXI o cinema nacional utiliza novas estratégias de lançamento: Cidade de Deus (2002), Carandiru (2003) e Tropa de Elite (2007) alcançando grande público no Brasil além de, ganhar o Urso de Ouro, importante prêmio do cinema mundial. Em 2010, Tropa de Elite 2 foi o filme de maior público na estréia, da história do cinema nacional. Em 2011, os filmes: De Perna Pro Ar, Meu País e Uma Professora Maluquinha entre outros vem dando continuidade ao desenvolvimento do cinema nacional.
No que tange a analogia do cinema nacional com o cinema internacional penso que temos perspectivas um pouco diferentes: o cinema nacional, quase sempre, aborda uma determinada realidade. Em geral, fala sobre drogas, prostituição, tráfico dinheiro etc. Mas é a nossa realidade e não há como não considerá-la. O cinema internacional, por outro lado, além de abordar essas mesmas temáticas consegue, com muita maestria, transformar situações simples do cotidiano em uma grande produção, haja vista o filme Marley e Eu. Isso sem falar na distribuição orçamentária de ambos os cinemas.
Acredito que um grande entrave em nosso cinema, mesmo com o recorde de publico, para determinados filmes refere-se ao preço do ingresso, que ainda permanece acima da média do poder aquisitivo do brasileiro.
Cinema é cultura. É arte, pois nos permite colocar na tela fragmentos da realidade: onde focamos o real e não a sua representação. O cinema nacional vem realizando, ao longo de sua trajetória, ótimas produções, que conseguem superar em muito as produções internacionais.

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